A construção do Público e a visão poética da Democracia no Brasil: uma análise de a “Flor e a Náusea”
DOI:
https://doi.org/10.3232/REB.2015.V2.N2.07Palavras-chave:
Democracia, poesias de Drummond, instituiçõesResumo
No Mundo, Segunda Guerra Mundial. No Brasil, Ditadura Varguista. Movido por essa realidade, Carlos Drummond de Andrade publica, em 1945, A Rosa do Povo, o maior de todos os seus livros, com 55 poemas. Na obra, é nítido perceber o realismo social. Contrapondo a poesia de Drummond com a obra Raízes do Brasil, publicada em 1936, Sérgio Buarque de Holanda tenta, através da análise do nosso passado, prever o nosso futuro. A obra é uma análise da sociedade brasileira e do surgimento das nossas estruturas econômicas e políticas. Uma análise inovadora que projetou os conceitos de burocracia e patrimonialismo na nossa cultura. Sérgio buscou no período colonial as raízes dos problemas por nós enfrentados atualmente. Ele descreveu o brasileiro como sendo um ‘’homem cordial’’, ou seja, que age pelo sentimento, preferindo as relações pessoais ao cumprimento de leis objetivas. A “cultura da personalidade’’ tratada por Sérgio é a frouxidão dos laços sociais, que resultam em formas de organização solidária e ordenada. Para Buarque, a colonização brasileira foi promovida pela cultura aventureira portuguesa, que nega a estabilidade e o planejamento e apoia a prática do ócio. Assim, é a partir dos textos de Drummond e Buarque que passamos a analisar a sociedade brasileira do ponto de vista político e moral, confrontando suas características históricas com os dias atuais.