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  • The Curious Anatomy of Bees

    2021-03-03

    Essenciais para a polinização de frutas e vegetais utilizados na nossa alimentação, a frequente inserção de abelhas entre as espécies ameaçadas de extinção é preocupante. No Brasil, por exemplo, profundamente dependente do agronegócio, podemos afirmar que elas são vitais para uma saúde econômica nacional – principalmente se levarmos em conta um artigo publicado em 2015 por Giannini e seus colaboradores, que contabilizou como cerca de 12 bilhões a contribuição desses insetos na produção e manutenção de culturas agrícolas. 

    Por tal colocação nas listagens de espécies ameaçadas de extinção, podemos afirmar que a abundância e a diversidade das abelhas têm diminuído drasticamente e por diversos fatores, como a perda de hábitats, mudanças climáticas, a intensificação agrícola e o uso de agrotóxicos. No Brasil, destaca-se o uso de agrotóxicos, dado que o país está recorrentemente ampliando o consumo de tais produtos – algo que, apesar de não ter as abelhas como alvo, atinge-as principalmente no ato da forragem (busca e exploração por recursos alimentares).

    A importância desses organismos e o cenário de conservação das suas espécies, acima explicitado, garantiu-lhes o título, pelo Royal Geographical Society of Londol, de organismos vivos mais importantes do mundo. Entretanto, apesar de acreditarmos ser importante a contribuição das abelhas para a economia e conservação da flora, gostaríamos de elucidar um pouco sobre o sistema nervoso desses insetos que, apesar de pequenos, possuem uma complexa interação com o meio ambiente. Para tal, utilizamos o artigo “Revisão da anatomia do sistema nervoso central de Apis mellifera: uma base teórica para estudos ecotoxicológicos”, das pesquisadoras Patrícia Azevedo e Roberta Cornélio Ferreira Nocelli. 

    As abelhas, como os humanos, possuem um sistema nervoso central, responsável pelo processamento de informações, e um sistema nervoso periférico, responsável pela captação de estímulos ambientais. Em seu sistema nervoso central temos um cérebro, estrutura que nas abelhas adultas é bilobada e dividida em dois “centros de controle”, o subesofágico e supraesofágico. De modo geral, como no sistema nervoso humano, o SNC e o SNP das abelhas trabalham em conjunto para captar as informações externas e internas com vistas a processá-las e gerar respostas adequadas aos estímulos. 

    Guarda mérito, entretanto, uma incrível capacidade que as abelhas possuem de aprender. Acontece que, ao captar uma informação visual – perceber um objeto, por exemplo –  as abelhas podem não só perceber as informações, mas suas integrações, como quais as características daquele ambiente onde se encontra o objeto, quais as cores, quais movimentos fazem aquele objeto naquele ambiente, etc. 

    Essa questão de aprendizado, aliás, atinge também o olfato. Guerrieri e colaboradores, em um estudo de 2005, demonstraram que, ao testar a apresentação de odores às abelhas, estes poderiam ser aprendidos e posteriormente memorizados, inclusive com elas se direcionando mais a buscar aqueles odores que trazem maior recompensa alimentar. 

    A ideia de que as abelhas são capazes de aprender e memorizar é, em si, reforçada por estudos que evidenciaram que há um incremento no tamanho e número de conexões das células que compõem seu sistema nervoso à medida em que esses insetos envelhecem – o que indica um fortalecimento da capacidade do cérebro a medida que se enriquecem os estímulos sensoriais.  

    Essa capacidade de aprendizado das abelhas desenha um sistema nervoso extremamente complexo que desempenha um vasto repertório organizacional e comportamental. Em si, tem-se nesses insetos a viabilização de uma capacidade cognitiva que, permitindo aprendizagem e memorização, traz possibilidade de constantemente aperfeiçoarem suas atividades e habitats.

    Por Carolina Guimarães de Mattos

    Bióloga, redatora e mestra em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde

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  • Do university women know about the relationship between Human Papilloma Virus (HPV) and Cervical Cancer?

    2021-03-03

    Aparentemente não o suficiente. O desconhecimento sobre o que é o HPV e qual a sua relação com o câncer cervical, a não utilização de preservativos e a falta de consultas e de exames ginecológicos com frequência, foram os dados encontrados por uma pesquisa realizada em 2018 com mulheres universitárias, dos cursos de Biologia, de Matemática e de Letras, da Universidade Regional do Cariri – URCA, na Unidade Descentralizada de Campos Sales (CE). Com o título Papilomavírus humano (HPV) e o câncer cervical: o entendimento de universitárias da unidade descentralizada de Campo Sales – CE, o estudo foi publicado na Revista Biologia, da USP, e foi realizado pelas discente e docente do curso de Ciências Biológicas dessa Universidade, Valéria Rufino da Silva e Luciene Ferreira de Lima, respectivamente.

    Segundo o levantamento, 72% das universitárias entrevistadas responderam não possuir conhecimento sobre o HPV. As pesquisadoras inferem que a falta de conhecimento pode estar relacionada à falta do hábito de realizar exames ginecológicos. Portanto, para elas, “as informações sobre as IST’s [Infecções Sexualmente Transmissíveis] devem ser disseminadas em todos os ambientes da sociedade para as faixas etárias que podem estar sujeitas a contaminação através da prática sexual, inclusive os adolescentes e jovens” (SILVA e LIMA, 2020, p. 7).

    Como proposta, as pesquisadoras afirmam que é preciso desenvolver ações para que as mulheres tenham mais acesso a conhecimentos sobre esse assunto e, a partir disso, possam ter uma vida sexual ativa mais saudável, adotando o hábito de fazer exames ginecológicos com frequência. Assim, prevenindo-se de IST’s que podem trazer riscos e consequências para a saúde da mulher

    A pesquisa foi realizada em três etapas: 1) Autorização para realização da pesquisa na universidade; 2) Apresentação da pesquisa para as universitárias dos três cursos e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); 3) A coleta de dados por meio de questionários. Ao todo, os três cursos selecionados reuniam 720 alunos matriculados. Participaram da pesquisa um total de 122 discentes, sendo 67 do curso de Biologia (entre 19 a 45 anos), 25 do curso de Matemática (entre 18 a 24 anos) e 30 de Letras (entre 19 a 42 anos).

    O questionário aplicado tinha oito questões objetivos divididas em três eixos de informações, são eles: 1) Início da vida Sexual; 2) Hábitos de saúde; e 3) Nível de informações sobre o HPV. Na prática, o objetivo das perguntas era saber se as mulheres tinham uma vida sexual ativa, se usavam preservativo, se tinham mais de um parceiro sexual, se iam às consultas ginecológicas e se sabiam o que era o HPV e sua relação com o câncer de colo de útero. As respostas foram coletadas nos intervalos das aulas e eram de múltipla escolha: sim, não e talvez.

    Por Alan de Jesus

     

    Fonte da imagem: "http://www.freepik.com" > Designed by Freepik

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