Esplenectomia laparoscópica versus aberta no tratamento de doenças hematológicas

Autores/as

  • Manuela V. Sapucahy University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Division of Surgery of the Digestive Tract,Department of Gastroenterology
  • Joel Faintuch University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Division of Surgery of the Digestive Tract,Department of Gastroenterology
  • Cláudio J.C. Bresciani University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Division of Surgery of the Digestive Tract,Department of Gastroenterology
  • Pedro L. Bertevello University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Division of Surgery of the Digestive Tract,Department of Gastroenterology
  • Angelita Habr-Gama University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Division of Surgery of the Digestive Tract,Department of Gastroenterology
  • Joaquim José Gama-Rodrigues University of São Paulo; Faculty of Medicine; Hospital das Clínicas; Division of Surgery of the Digestive Tract,Department of Gastroenterology

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0041-87812003000500002

Palabras clave:

Esplenectomia, Operação laparoscópica, Esferocitose hereditária, Púrpura trombocitopênica idiopática, Doença hematológica

Resumen

A esplenectomia é o melhor tratamento disponível para formas graves de esferocitose hereditária, púrpura trombocitopênica idiopática e outras entidades hematológicas refratárias à abordagem conservadora. Ela tem sido empregada há muitas décadas com baixa mortalidade e taxas de remissão favoráveis. A alternativa de esplenectomia laparoscópica em anos recentes foi adotada rapidamente e até entusiasticamente, todavia o papel exato das intervenções abertas em contraposição às laparoscópicas para doenças hematológicas ainda é objeto de debate. Num estudo de 58 pacientes adultos, os procedimentos laparoscópicos foram comparados com as esplenectomias convencionais em indicações semelhantes. MÉTODOS: Todos os pacientes foram operados num período de 8 anos. Eles foram submetidos a operações análogas sob a supervisão da mesma escola cirúrgica e eram comparáveis no tocante a idade, sexo, índice de massa corporal e diagnóstico. Os casos abordados laparoscopicamente (Grupo I, n= 30) foram seguidos prospectivamente de acordo com protocolo escrito, ao passo que a mesma investigação foi aplicada retrospectivamente no que concerne aos doentes de esplenectomia aberta (Grupo II, n= 28). Os métodos incluíram achados gerais e demográficos, duração e passos técnicos da cirurgia, perda sangüínea, peso do baço, necessidade de conversão (nos casos minimamente invasivos), complicações intra e pós-operatórias, tempo para realimentação, hospitalização pós-operatória, mortalidade e seguimento tardio, incluindo recidivas. RESULTADOS: A púrpura trombocitopênica idiopática foi a indicação cirúrgica em mais de 50% dos enfermos de ambos os grupos, entretanto esferocitose familiar, talassemia, mielodisplasia e linfomas também estavam representados nesta série. As intervenções laparoscópicas demoraram mais (p=0,004) e sua hospitalização pós-operatória foi dois dias mais breve, porém esta diferença não foi estatisticamente significativa. O hematócrito pós-operatório e o volume de transfusões foram equivalentes, no entanto os casos laparoscópicos exibiam um hematócrito pré-operatório ligeiramente inferior (NS) e a recuperação desta variável foi melhor (p=0,03). Mais pacientes do Grupo I toleraram dieta oral no primeiro dia que casos abordados convencionalmente (p<0,05). Relativamente poucas conversões foram necessárias no decurso das laparoscopias (13,3%), e as complicações pós-operatórias precoces e tardias assim como as recidivas distribuíram-se de forma eqüitativa. Também não foi possível demonstrar-se diferenças no peso do baço, ainda que no Grupo I nenhum órgão excedesse a 2,0 kg, sendo que no Grupo II este valor chegou até 4,0 kg, notando-se ainda que o peso médio foi 50% mais elevado nesta última população. CONCLUSÕES: 1) A esplenectomia minimamente invasiva foi essencialmente comparável à variante aberta no tocante à segurança, eficácia e resultados tardios; 2) Não foi possível comprovar-se vantagens relativas à menor hospitalização pós-operatória, embora a realimentação fosse mais precoce e houvesse uma tendência não-significativa para alta hospitalar antecipada; 3) Esta nova modalidade deve ser considerada uma excelente opção para casos de moléstias hematológicas sempre que o baço não estiver fortemente aumentado.

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Publicado

2003-01-01

Número

Sección

Original Articles

Cómo citar

Sapucahy, M. V., Faintuch, J., Bresciani, C. J., Bertevello, P. L., Habr-Gama, A., & Gama-Rodrigues, J. J. (2003). Esplenectomia laparoscópica versus aberta no tratamento de doenças hematológicas . Revista Do Hospital Das Clínicas, 58(5), 243-249. https://doi.org/10.1590/S0041-87812003000500002