Restrições benéficas: benéficas para quem?

Autores/as

  • Alexandre Morales Sem registro de afiliação
  • Erik Olin Wright Universidade de Wisconsin. Departamento de Sociologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702004000200003

Palabras clave:

Classe, Performance econômica, Normas

Resumen

Wolfgang Streeck, num influente trabalho publicado em 1997, sustentou de um modo convincente que a performance econômica em sociedades de mercado se incrementa quando as escolhas racionais e voluntarísticas dos atores sofrem restrições advindas de constrangimentos normativos e institucionais. Neste artigo, proponho três modificações a essa tese central, de inspiração durkheimiana: primeira, o que pode ser considerado uma "boa performance" em se tratando de um sistema econômico varia segundo os agentes de classe atuantes numa economia de mercado; segunda, o nível de constrangimento institucional que pode ser considerado ótimo para uma "boa performance econômica" do ponto de vista do interesse dos capitalistas é em geral mais baixo do que o nível de constrangimento considerado ótimo do ponto de vista dos trabalhadores; e, terceira, constrangimentos institucionais às escolhas voluntariamente racionais - mesmo aqueles tidos como ótimos pelos capitalistas - podem ter também efeitos dinâmicos no equilíbrio de poder entre as forças sociais, os quais podem induzir os capitalistas a preferir constrangimentos que seriam subótimos do ponto de vista da performance econômica.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Referencias

BECKERT, Jens. (1996), “What is sociological about economic sociology? Uncertainty and the embeddedness of economic action”. Theory and Society, 25: 803-840.

STREECK, Wolfgang. (1997), “Beneficial constraints: on the economic limits of rational voluntarism”. In: HOLLINGSWORTH, J. Rogers e BOYER, Robert (orgs). Contemporary capitalism: the embeddedness of institutions. Cambridge, Cambridge University Press, pp. 197-218.

Publicado

2004-11-01

Número

Sección

Debates

Cómo citar

Wright, E. O. (2004). Restrições benéficas: benéficas para quem? (A. Morales , Trans.). Tempo Social, 16(2), 65-72. https://doi.org/10.1590/S0103-20702004000200003