O século de Taylor, Lênin e Freud
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0103-20702012000200011Palavras-chave:
Taylorismo, Leninismo, Psicanálise, Prática, História mundial, CirculaçõesResumo
Este artigo percorre o século xx do ponto de vista da prática. Ele mostra que três regimes de regulação das práticas, quais sejam, o taylorismo, o leninismo e a psicanálise, lançaram seus programas em 1900, cada um em seu domínio, porém partilhando a mesma relação organizada entre a pretensão científica e a ação (dos operários para o primeiro, das massas para o segundo e do paciente em sessão para o terceiro, todos sob a direção de profissionais). Cada um desses regimes teve, durante décadas, seu lugar de inscrição e de peregrinação, bem como os portadores que os encarnavam. Eles formalizaram os quadros de valorização que são a eficácia, a luta política e o equilíbrio psicoafetivo. O artigo trata de modo aprofundado da prática taylorista de concepção das normas da prática dos outros ao identificar as diversas variáveis desta (o objeto, a referência, a temporalidade, o espaço, a serialização, a materialidade, os funcionários etc.). Conclui esboçando um cenário da história do século xx como circulação de práticas de um quadro de valorização a outro (a existência, a nominação, o cálculo, a eficácia, a política, o afetivo, a ética, a estética) e, desse modo, de uma região do mundo a outra a fim de seguir suas inscrições primordiais.
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