O incêndio no Museu Nacional em Subterrânea
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2023.202183Palavras-chave:
Museu Nacional, Subterrânea, Incêndio, Ruína, EstéticaResumo
O presente artigo trata do incêndio ocorrido na sede do Museu Nacional em 2018 por meio do longa-metragem Subterrânea (2021), ficção científica em diálogo com o documentário, dirigido por Pedro Urano. Além de ser a primeira ficção a explorar o tema, o filme conecta a tragédia a outros acontecimentos que moldaram a paisagem do Rio de Janeiro. Ao fazê-lo, comenta sobre o modo de operar não só da capital fluminense, mas do país como um todo, calcado na lógica da destruição. O artigo examina Subterrânea tanto estética quanto discursivamente, mobilizando, entre outros, Lima Barreto e Hélio Oiticica, referências ao projeto. Para isso, situa a produção no contexto brasileiro dos anos 2010 e no debate contemporâneo sobre a estética da ruína.
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